sexta-feira
O Teatro da Vida
O texto abaixo é uma reflexão escrita por mim, Renato, que gostaria de compartilhar com os leitores e amigos que frequentam esse blog:
Certa vez ouvi alguém dizer em um bar que a vida passa rápido demais pra quem espera muito dela. Pensei um pouco sobre o assunto e logo nem me vi mais na necessidade de indagar sobre o tema. Quem pensa nesse tipo de coisas é quem realmente tem pressa pra viver.
Depois de um tempo acabei percebendo que quando tudo vai bem, seus olhos se fecham para o caminhar da vida e se abrem apenas para momento que vive, e se esse momento passa de uma calmaria à uma tempestade é que você se preocupa com o quanto tem vivido, e se a forma com que tem feito isso está correta.
Tenho medo da vida e morro de ansiedade pra vive-la.
A ansiedade consegue ser mais cruel do que o medo.
O medo surge de algo iminente, de algo possível de acontecer, que de uma forma ou de outra você imagina o conteúdo dele,e mesmo que ainda seja desconhecido, você consegue imaginá-lo.
A ansiedade machuca, te corrói aos poucos, vai te matando de tal maneira que você quase que prefere que o mal chegue para acabar com esse aperto que sente no peito. O coração está sempre acelerado, bate forte como nunca, suas mãos estão sempre tremulas, e aquela sensação de estar sempre com algo errado em seu corpo insiste em te maltratar.
Preferia ter mais calma com a vida e encarar o que ela me proporciona com menos medo.
Até hoje todas as decisões que tomei que a vida me impediu de concretizá-las, acabaram me levando a situações que queria eu poder fazer tudo de novo. Sou fadado a viver com a dúvida de como teria sido se tivesse contrariado a vida, e me garanto no direito de não me arrepender de nada que fiz.
Acabo as vezes me encontrando em momentos que me fazem pensar em tentar de novo e ver se a vida me contraria novamente.
Na minha pele levo uma memória que não me deixa esquecer nunca de que devo bater sempre o pé com a vida, e priorizar meus sonhos e o que desejo. Quem melhor que eu para decidir meu caminho?
Nesse teatro da vida, não nasci apenas para protagonizar. Mais uma vez me reservo no direito de não só dirigir, mas também escrever o roteiro dessa medonha e ansiosa peça que ainda não tem nome.
Posso parecer meio individualista, mas nem por isso impeço ninguém de entrar em minha vida e tentar fazer da nossa uma só.
Vivo esperando alguém me convencer de que o destino realmente existe. Tenho medo e prefiro não crer que não tenho controle da minha própria vida, ou já esqueceu que no meu teatro quem comanda sou eu?
Acredito sim que a vida tem o poder de nos levar a vários lugares que encadearão várias coisas inusitadas, porém a palavra “destino” se faz imprópria quando o livre arbítrio se faz presente. A vida impõe, cabe a você aceitar ou não. É nesse ponto que a vida separa os grandes homens, dos “homens”.
Homens todos nós somos, agora “grandes” são aqueles que dão a cara a tapa para a vida e não sentem medo dela nem ansiedade em vive-la.
A vida passa rápido pra quem não sabe viver. Aquele que espera muito dela, vive pouco.
Resolvi cobrar menos dela e mais de mim.
Renato M. Santos