Los Sebosos Postizos é um projeto paralelo do Nação Zumbi com a participação de alguns integrantes do Mundo Livre S/A. A banda se dedica a recriar os sucessos da década de 60 e 70 de Jorge BenJor, relembrando também grooves raros de Tim Maia, The Zoombies, clássicos do ska e do reggae jamaicano. É um som ótimo de ouvir e dançar. Eles nunca gravaram um disco, mas já fizeram muitos shows por ai – sempre que a agenda apertada da Nação Zumbi permite. E tem uma legião de admiradores.
O nome da banda é uma mistura engraçada: Los Cubanos Postizos, guinada afro-cubana do guitarrista da vanguarda nova iorquina Marc Ribot + o personagem de quadrinhos Boogie, o Seboso, do desenhista argentino Roberto Fontanarossa + a gíria absolutamente recifense Alma Sebosa, que significa um cara marginal e sem escrúpulos. É isso mesmo, eles são sebosos postiços.
O grupo, que existe desde 2000, é formado por Jorge Du Peixe no vocal, Lúcio Maia na guitarra, Pupilo na bateria, Djengue no baixo e Gustavo da Lua, na percussão, todos do Nação Zumbi e mais Bactéria, tecladista do Mundo Livre S/A. No começo, a intenção era juntar amigos de Recife para curtir um som. Logo as festas fizeram sucesso e a banda ganhou projeção.
Hoje, Los Sebosos Postizos pensam até em produzir um disco autoral, ainda que pareça um sonho impossível conciliar as gravações com a efervescente carreira da Nação. Caso saia do papel, a idéia não é registrar os covers cantados nos shows, mas compor canções inéditas.
Para reproduzir a sonoridade do violão ultra pessoal de Jorge BenJor, Lúcio Maia recorreu a uma guitarra semi-acústica Gibson 135. Ele tenta conjugar a sutileza do violão que Benjor imortalizou em seus discos com a guitarra que o cantor passou a utilizar nos palcos.
– O violão é muito versátil para compor, mas não é legal na hora do show, pois sofre uma perda enorme junto com outros instrumentos elétricos. Essa guitarra semi-acústica, oca como um violão, dá uma sonoridade e um clima de leveza e sofisticação, algo bem distante da Nação, que tem uma cara mais rock'n roll – analisa Lúcio.
Para a Nação Zumbi, é através da banda paralela que eles podem realmente se expressar. “Na Nação temos que atender à mídia, aos fãs, a uma agenda, há toda uma carga por trás. Já os Sebosos têm uma leveza bem maior. É mais livre" – resume o guitarrista Lucio Maia.